Coelho Rodrigues era bisneto do português Valério Coelho Rodrigues por parte do seu 7º filho, Manuel Coelho Rodrigues. Nasceu em 1846, na fazenda "Boqueirão", pertencente à Oeiras, depois passando ao município de Picos quando este se tornou independente. Faleceu, em 1912 no Rio de Janeiro Quanto a seus estudos, escreve o historiador Joaquim Chaves: "Morrendo-lhe o pai, sua mãe mandou-o para a escola do Padre Joaquim Damasceno Rodrigues, seu primo, que funcionava numa fazenda de seu trisavô e que é hoje a cidade de Paulistana-PI. Ali estudou português, aritmética, francês e latim até o ano de 1859". Se até os 14 anos vivera no interior do Piauí, sua província natal, na fazenda "Boqueirão", o fato de ter ingressado em 1862, com apenas 16 anos de idade na Faculdade de Direito do Recife, a mais famosa do Brasil, onde estudaram Tobias Barreto, Castro Alves, Clodoaldo Freitas e Sílvio Romero, entre tantas outras sumidades, reveste-se de uma enorme singularidade. Depois de formado, retorna ao Piauí, aonde desenvolve intensa atividade política, jurídica e jornalística. Torna-se membro do Partido Conservador, onde se destaca pela defesa da abolição da escravidão. Em 1867, funda em Teresina o jornal O Piauhy, que era ligado ao Partido Conservador. Aos 23 anos de idade, é eleito para a Assembleia Geral Legislativa do Império, como Deputado Geral, para a legislatura de 1869 a 1872. Ainda em Teresina, funda a chamada sociedade Manumissora, em 1870, com a finalidade de apoiar a abolição (AGUIAR, 1996). Ainda em 1870, retornou ao Recife para se doutorar em Ciências Jurídicas. Em 12 de julho de 1890 foi contratado pelo governo do marechal Deodoro da Fonseca para redigir o Projeto de Código Civil da República, esta foi, sem dúvida, a maior contribuição de Coelho Rodrigues. Para realizar o referido projeto, Coelho Rodrigues demite-se dos empregos que possui e viaja para a Suíça, onde pesquisa e trabalha. Segundo Brandão (1998, pag. 52) "este fato repercute negativamente", pois seus opositores acreditavam que a influência europeia incidiria negativamente sobre a nacionalidade da obra. Entregue em fevereiro de 1893, o documento, que tinha como "fonte imediata o Código Civil de Zurique" (AGUIAR, 1996), com 2.734 artigos, não logrou aprovação em decorrência da mudança de governo, das consequentes alterações nos conceitos políticos e filosóficos que orientavam a nova administração, além das inimizades que acumulara com membros da comissão revisora do projeto. Em 1904, Coelho Rodrigues escreve a primeira edição de sua obra intitulada A República na América do Sul. O autor inicia o texto em tom de cobrança afirmando que, considerando que a república havia sido proclamada há cerca de 15 anos e a constituição havia sido promulgada a mais de treze, "já é tempo de pedir-lhes contas dos seus resultados" (COELHO RODRIGUES, 1906, pag. 01). Afirma que o povo assistiu à proclamação da República em tom de indiferença, não fez festa nem tampouco resistiu a ela. Esse tom de cobrança se estende por toda a obra, inclusive quando o autor atenta para questões voltadas para a organização e a educação da família e demonstra as razões pelas quais considera, nesse aspecto, os anglo saxões superiores aos brasileiros. Nesse sentido, Coelho Rodrigues faz duras críticas à educação e a herança necessária, quanto a esta última o autor considera que "os bons filhos não precisam e os maus não merecem esse favor da lei" (COELHO RODRIGUES, 1906, pag. 61). Em resumo, ele foi uma das figuras mais destacadas da História do Brasil, no Império, penetrando por vários anos e pelos primeiros da República, tudo pela cultura, saber jurídico, competência e habilidade, na atuação política, foi Deputado Geral nas legislaturas (1869-1872) e (1878 - 1886), Senador do Império de 1893-1896, e Prefeito do Rio de Janeiro (1900-1903).
... Ver mais
Ver menos