Nasceu no dia 12 de dezembro de 1835, na casa grande do engenho São João, que pertencia ao seu avô materno, na Ilha de Itamaracá, Pernambuco. Filho de Manoel Corrêa d´Oliveira Andrade, tenente-coronel da Guarda Nacional e dono do engenho Uruaé, e de Joana Bezerra de Andrade, nascida no engenho São João. Segundo filho de 14 irmãos, teve na infância uma preocupação constante com a vida política e com os estudos. A situação dos escravos sempre o preocupou. Precoce, aos 20 anos, foi eleito deputado mas não tomou posse no cargo por não possuir idade legal. Formou-se em Direito, aos 21 anos, em 1858, na Faculdade de Direito do Recife. Destacou-se tanto como político, como administrador. Foi deputado pela Assembléia Provincial (1858 e 1876 e seu Presidente), deputado pela Assembléia Geral do Império (1860, 1868, 1876), conselheiro de Estado (1887) e senador do Império (1877 a 1889). Como administrador presidiu a Província do Pará (dez.1869 a abr.1870), foi ministro do Império (1870 a 1875), presidente da Província de São Paulo (ago. 1885 a abr.1886), diretor da Faculdade de Direito do Recife (1876 a 1887), ministro da Fazenda, presidente do Conselho e presidente do Banco do Brasil, no governo Hermes da Fonseca (abr. 1912 a nov. 1914). Além dos dotes políticos e administrativos, tinha grandes preocupações culturais e interesse pela educação. No Rio de Janeiro, fundou uma escola de Aprendizes Marinheiros, criou a Faculdade de Medicina, a de Direito e a Escola Central, chamada de Escola Politécnica. Protegeu os artistas, especialmente pintores como Pedro Américo e Vitor Meirelles, aos quais encomendou os quadros Avaí e Guararapes, respectivamente. Foi autor de várias outras iniciativas importantes para o país, como a criação do ensino popular noturno, do ensino profissionalizante e da obrigação do registro de casamento e óbito. Grande estadista brasileiro do Segundo Reinado, o seu nome está ligado ao processo de abolição da escravatura: como ministro do Império do Gabinete Rio Branco, que promulgou a Lei do Ventre Livre (28 de setembro de 1871) e como presidente do Gabinete de 10 de Março, que promulgou, ao lado da Princesa Isabel, a Lei Áurea (13 de maio de 1888), extinguindo a escravidão no Brasil. A sua atividade intelectual foi prejudicada pela prioridade que sempre deu à atividade política. Escreveu os seguintes trabalhos, reunidos no livro Minha meninice & outros ensaios, publicado pela Editora Massangana, em 1988, na série Abolição: Minha meninice; Memórias políticas; O Barão de Goiana e sua época genealógica; Depoimento para a história da abolição e O Imperador: poder pessoal. Monarquista convicto, com a proclamação da República retirou-se da vida pública. Morreu no dia 6 de março de 1919, no Rio de Janeiro, sendo enterrado no cemitério São João Batista, na presença de altas autoridades, inclusive ministros de Estado. O caixão foi conduzido em certo trecho por membros da Irmandade do Rosário, a qual pertencia, e depois por ex-escravos libertos. Segundo Joaquim Nabuco, João Alfredo é um nome que há de viver na história do país, quando todos os outros estiverem esquecidos.
Fontes consultadas: ANDRADE, Manoel Correia de . João Alfredo: o estadista da abolição. Recife: FJN. Ed. Massangana, 1988. OLIVEIRA, João Alfredo Corrêa de. Minha meninice & outros ensaios. Recife: FJN. Ed. Massangana, 1988. SILVA, Jorge Fernandes da. Vidas que não morrem. Recife: Departamento de Cultura, 1982. p.235-236.
Informações obtidas atavés de Maria Christina Gondim Lyra.
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