O.G. Rêgo de Carvalho.
Aos 10 anos de idade já escrevia para o jornal da escola, mas foi em 1942, ao ler "O Guarani", de José de Alencar, que decidiu ser escritor.
Lecionou literatura no Colégio Estadual Zacarias Góis, bacharelou-se em Direito pela extinta Faculdade de Direito do Piauí, e era funcionário aposentado do Banco do Brasil. Sua obra o coloca ao lado dos grandes nomes da literatura brasileira.
Ocupava a Cadeira nº 6 da Academia Piauiense de Letras. Doutor “Honoris Causa” da Universidade Federal do Piauí, O escritor integrou o Grupo Meridiano e pertence à Geração 45. Juntamente com o poeta H. Dobal e o crítico M. Paulo Nunes, lançou em 1949 a revista "Caderno de Letras Meridiano", um marco dentro do Modernismo Piauiense.
Seu primeiro livro, "Ulisses entre o amor e a morte", foi lançado quando tinha 23 anos (1953) encontra-se na 13ª edição.
Sua obra marcante é Rio Subterrâneo, quando o escritor expõe de forma crua as neuroses, conflitos, medos, loucura e solidão de seus personagens, mas foi com a obra "Somos Todos Inocentes" que conquistou o Prêmio Coelho Neto, da Academia Brasileira de Letras.
O seu amor pelas letras foi imenso. Para escrever "Rio Subterrâneo", renunciou a seu cargo no Banco Brasil e até mesmo do casamento na época. Seu esforço mental foi tão grande que foi adoecendo enquanto o escrevia e, à medida que adoecia, passava para o papel suas sensações. Com receio de que o romance não fosse concluído, passou a escrever dia e noite. Terminada a tarefa, teve de entrar em intensivo tratamento.
Em março de 1996, casou-se com a poetisa, professora e tradutora Divaneide Maria Oliveira de Carvalho, pessoa de elevada cultura, que, à frente da Editora Renoir, além de estar reeditando obras de piauienses famosos, inclusive do próprio O.G. Rêgo de Carvalho, já traduziu "Ulisses Entre o Amor e a Morte" e um livro de poemas de H. Dobal para o espanhol. O amor entre eles começa pela literatura: Um trabalho para seus alunos, no colégio, sobre a pessoa e obra de O. G. Rego de Carvalho. Assim, teve que entrevistá-lo, e aí se apaixonou. Amor à primeira vista, que durou para sempre. É ela a guardiã de sua memória e de suas obras.
Faleceu na manhã de 09 de novembro de 2013, no Hospital São Paulo em Teresina-PI, aos 83 anos, de falência múltipla dos órgãos, após oito dias internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital.
Deixou a mulher Divaneide Carvalho e o filho Orlando de Carvalho. Foram poucos os livros que publicou, mas todos de grande valia, pelo estilo musical (poesia e ritmo), sem se perder na abordagem da alma de seres perdidos pela dor, angústia e solidão. Sua marca como profissional exemplar, homem de caráter e sabedoria também não pode ser negada.
Cineas Santos, professor, escritor e membro do Conselho Estadual de Cultura, destaca o escritor como um dos maiores ficcionistas da literatura brasileira, "O.G. Rêgo de Carvalho, com uma obra pequena - apenas três romances, figura entre os maiores ficcionistas da moderna literatura brasileira. "Ulisses entre o amor e a morte" é, indiscutivelmente, o mais belo romance brasileiro sobre a adolescência. Lírico, poético, musical, um livro indispensável. Calou-se o cidadão O.G. Rêgo de Carvalho, mas sua obra permanecerá”.
OBRAS:
Ulisses Entre o Amor e a Morte, 1953
Amarga Solidão, 1956
Rio Subterrâneo, 1967
Somos Todos Inocentes, 1971
Como e Por Que Me Fiz Escritor, 1989
Ficção Reunida, 2001 e diversos contos espalhados por jornais, revistas e antologias.
Fonte: https://focusportalcultural.blogspot.com/2016/11/o-g-rego-de-carvalho-o-escritor-de.html
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