O Barão de Bonito. Para falar das atividades do coronel Manoel Gomes da Cunha Pedroza, depois que ele chegou no município do Bonito, iniciaremos com a escritura do arrendamento que se encontra no primeiro cartório do Bonito, no livro número 3 (três) de notas, folhas 114v. Essa escritura foi passada. pelo senhor Henrique Marques Lins, proprietário, na época, do engenho Ilha de Flores, para o senhor Manoel Gomes da Cunha Pedroza. A escritura foi feita no dia 12 de junho de 1850 e correspondia a três anos de arrendamento. Partiu do arrendamento deste engenho, a epopéia do coronel Manoel Gomes da Cunha Pedroza, que tornou-se um grande e poderoso proprietário de vários engenhos e político influente no município do Bonito e por toda a região, como veremos adiante. Segundo o acervo de Orlando Cavalcanti, o senhor Manoel Gomes da Cunha Pedroza nasceu na fazenda Malhadinha, no município de Limoeiro, no ano de 1818. Infelizmente, não descreve o nome dos seus pais, mas menciona seu casamento com dona Izabel Francisca de Moura Borba, que depois passou a chamar-se Izabel Francisca de Moura Pedroza, falecida no engenho Ilha de Flores, em 1882. O que chama a atenção é a data do seu falecimento, uma vez que, no cartório do Bonito, o inventário de dona Izabel foi procedido no ano de 1899. Essa informação é encontrada apenas no índice. Os livros se estragaram e foram incinerados. O coronel Manoel Gomes da Cunha Pedroza e dona Izabel Francisca de Moura Pedroza tiveram 10 filhos. Não sabemos exatamente a ordem de nascimento dos mesmos.
VIDA POLÍTICA O senhor Manoel Gomes da Cunha Pedroza ocupou vários cargos de destaque na vida política do Bonito. Por exemplo, foi: - Suplente de Juiz Municipal - Suplente de Delegado de Polícia - Delegado de Polícia - Major da Guarda Nacional - Coronel da Guarda Nacional - Chefe do Estado-Maior da Guarda Nacional - Vereador de 1865 a 1868 - político notável, a ponto de chegar à Presidência da Câmara dos Vereadores que, naquele tempo, era a mola fundamental da administração dos municípios - Presidente da Câmara - Repetiu o mandato em 1869-1872, sendo também Presidente da Câmara e Intendente. A maioria das reuniões dos Conselheiros Municipais era realizada na Casa Grande do Engenho Ilha de Flores, distante da sede do município mais de 30 quilômetros, viagem feita a cavalo. O coronel Manoel Gomes da Cunha Pedroza foi agraciado com o título de Barão do Bonito em 11 de agosto de 1888. Faleceu no dia 1 de agosto de 1901 no engenho de Ilha de Flores e sepultado na capela do cemitério local. Pesquisa realizada por Amara Maria Pedrosa Silva, sua bisneta, no livro: MOURA, Severino Rodrigues de. Senhores de Engenho e Usineiros, a nobreza de Pernambuco, FIAM-CEHM, SINDAÇÚCAR, 1998. Coleção Tempo Municipal, 17
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